8 de outubro de 2012
Etc & Tal - Por Caroline # 229
"— Seu batom borra?
— Sozinho? Não.
— Muito engraçada, como sempre…
— Porque?
— Porque você é engraçada? Não sei. Não é.
— Não sou? Você me disse que eu era.
— Só quis ser legal
— Você não é legal. - me virei fazendo bico, tentando fazer uma ceninha -
— Vai ficar brava comigo?
— Vou. Você mentiu pra mim
— Desculpa.
— Não!
— Ah, para, eu estava brincando, era só para te irritar. -disse me virando para me encarar-
— Sai daqui!
— Você esta na minha casa.
— Então eu saio.
— Não sai não. Eu não deixo.
— Para!
— Com o que?
— De ser tão chato!
— Não!
— Chato!
O rosto dele se aproximou ao meu, ele fechou o olho, e eu continuei ali, parada, sem reação alguma, encarando e memorizando aquele momento de uma forma minimamente estranha. Nossos lábios se tocaram e automaticamente se encaixaram, assim como automaticamente fechei os olhos para aproveitar aquele momento. Que logo foi interrompido pelo meu celular avisando que chegara uma mensagem.
— É minha mãe… -hesitei em terminar a frase- Preciso ir.
— Não vai não…
— Eu preciso.
— Não me deixa não. Me abraça e não solta. Me ama e não desama.
— Não me prende. Não gosto. Me sufoca.
— Então fica.
— Não fico.
— Então vai.
— Não consigo.
— Agora essa?
— Adeus então.
— Até quando?
— Até a saudade apertar. A carência voltar e a vontade de ficar for maior do que qualquer coisa…"
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