Estava um silencio estranho, não habitual...
Fui ver.
Duda estava desenhando, quieta e a deixei assim, procurei Rafael e ele tava debruçado na grade da varanda, curvado. Parecia em otro mundo.
Quando toquei nele, ele se assustou e se apressou em limpas os olhos.
Tinha lágrimas neles.
Rapidamente procurei por feridas em seu corpo, perguntei o que era,
Nada, ele disse. Sou mulher e nada pra mim é muita coisa.
Encaro o homem que conhece todos os meus sorrisos e pressiono, o que foi?
Nada não deixa pra lá.
Nunca deixo nada pra lá.
Pergunto se é a enxaqueca que o acompanha a vida toda, ele nega, pergunto se é o estomago ele diz que não também.
Dai aponta o próprio coração e diz, é Aki ó.
Você tá infartando? pergunto com o meu tato refinado, ele sorri triste e diz que não...
Respira fundo e me diz: apenas saudades.
Cai a minha ficha e finalmente consigo visualizar o mar de tristeza que o cerca.
Que o separa de seu Porto Seguro, é um mar de verdade, um continente que o separa de um garotinho que ele viu nascer e agora não consegue nem ver um video sem se emocionar.
Seguro seu pulso com firmeza e o puxo para um abraço.
Como se o calor do meu corpo fosse suprir a falta que faz a família.
Não.
Por mais que eu o conforte não é disso que ele precisa.
Eu não sei o que ele sente, tudo que amo está ao alcance do meu abraço.
Não posso ajuda-lo.
Faz parte da vida a distancia, faz parte da vida deixar ir.
Assim como somos uma família agora, seu alicerce também tem uma família, uma vida nova e longe deste menino grande que não consegue nem mandar um e-mail sem chorar.
Tenho vontade de ligar e reclamar que ela não dá noticias exlcusivas a ele, que o deixou.
Não posso.
É muito particular. E nem é verdade. Ela sempre encaminha pra ele vídeos do garotinho que arrebatou o coração dele.
Mas ele precisa de mais. E mais eu me sinto a vontade em pedir:
Ei, Deá, manda um email bem grandão só pra ele contanto tintim por tintim?
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