Pois é meu amigo, você era tão carinhoso, tão educado, sempre se importou com o que eu achava, com o que eu sentia, sempre me perguntava qual o sabor de milkshake eu queria, sempre percebia se eu mudava a cor da unha, ou simplesmente se estava com um penteado diferente, você me tratava como uma princesa.
Droga.
Eu nunca quis um príncipe, nunca quis ser tratada com uma princesa, nunca quis a certeza de uma amor eterno, isso não faz sentido, amor sem dor não tem graça, precisamos correr riscos, viver alguma incerteza, mas você nunca deixava isso acontecer, sempre me poupava de qualquer esforço.
Droga. Droga.
Mil vezes droga, você já deveria saber que tudo que vem fácil de mais vai fácil, você se preocupou tanto com o meu bem estar que nunca prestou atenção na nossa relação, que estava indo automaticamente para um penhasco com cada ato de bondade teu.
Não te peço para ser um canalha, só menos encantado com as coisas ao redor do seu mundo tão perfeito.
Eramos um, em dois corpos separados por mil diferenças, entretanto sobrevivemos a meio de tantas quedas que nos feriram de forma absurda, então eu soube do buraco que deixei em seu peito, soube também que aquilo não foi proposital, mas sim, o meu ato de bondade para conosco, não poderíamos segurar aquilo por muito tempo ou nos afogaríamos cada vez mais separados com o nosso próprio orgulho e tanto esforço não serviria de nada, sendo que morreríamos na beira da praia.
Apenas te peço para guardar tudo o que tem para alguém que mereça tão mais do que eu, todo o seu amor e sua bondade sem limitações, pois não posso eu, ultrapassar meus limites.
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